terça-feira, 16 de junho de 2009



Vi-me confrontada com uma pergunta á qual não tentava responder á alguns largos anos... desde os tempos de soares dos reis… e que tempos!!!! Sim, aí teorizava-se tudo quanto possível, agora a prática, a técnica prevalece deixando para traz muitas teorizações outrora importantíssimas!
Surge-me então o confronto dos últimos anos, espaço de 8\9 anos mais precisamente, as evoluções, o que ficou para traz quase esquecido… a plasticidade, o meter as mãos na matéria e fazer surgir, o analógico, as montagens e as colagens… os teares… como tenho saudades dos teares… das tapeçarias contemporâneas, das nuvens e dos quadradinhos, das aguarelas e guaches, das tardes quentes que passávamos a tingir, ao sol num telhado caindo de podre… as instalações, as recordações que deram lugar a uma era digital, photoshopadas, manipulações demasiado fáceis, objectivos concretizados num espaço de um clic! Sim, que seria eu sem o meu abençoado PC??? Coisa nenhuma, admito-o enquanto alguém que procura ser futura designer… mas que espécie de artista serei eu num contexto como este? Que esqueceu os ensinamentos primários, a base na qual assenta qualquer tipo de manifestação artística. Sim, pergunto-me, onde deixaste os renascentistas, os românticos, os surrealistas, os futuristas, os cubistas, os impressionistas, e todos os outros que se manifestavam não num clic mas numa pincelada?? Gostava de saber em que gaveta os meti… talvez me deixasse de querer ser tão moderna… e talvez o fosse mais se regredisse muitas vezes…
Daí me surgir a pergunta á qual, na minha fase inicial de instrução no âmbito artístico, respondi inúmeras vezes. Faço rewind e sei perfeitamente como a responderia, baseando-me apenas no que sabia… e hoje, passados uns 5 anos ou talvez mais, a instrução abordou campos mais evoluídos e em evolução, e eu vejo-me num beco sem saída, não encontrando forma de teorizar a famosa resposta, sem ser com as palavras que outrora usei… e, afinal, anos passaram e eu não parei no tempo, segui as tendências, as modas, aderi, instrui-me, moldei-me e dou por mim num anfiteatro de século passado, com cadeiras de prancheta incorporada, ambas riscadas e rabiscadas que quase sei os rabiscos de cor, com um qualquer teste de historia da arte na mão, respondendo a…
O que é arte?

Sim beta, o que é hoje ARTE para ti?
Pois pouco lhe acrescento, arte é toda a forma, sentimento, loucura, vontade, necessidade, manifesta de qualquer forma, em qualquer suporte, congelamento de momentos, sentimentos, vivencias… é um meio encontrado pelo ser de se expressar, libertar, de gritar sem ensurdecer… arte é o espelho da sociedade, o espelho da humanidade (ou do que resta dela), é o espelho da realidade, (pois no fundo não passa de uma mentira, hipocrisia…), arte é o impulso, é a repulsa pela razão, pelo correcto e concreto…e para mim, hoje, na arte reside a utopia, não há limitações, constrangimentos, inibições, nada é necessariamente regrado ou controlado, quase me atrevo a dizer que arte é anarquia!!!!

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